Fazer artesanato ajuda a salvar vidas

"Artesanato é essencialmente o próprio trabalho manual ou produção de um artesão (de artesão + ato). Mas com a mecanização da indústria o artesão é identificado como aquele que produz objetos pertencentes à chamada cultura popular."

"Os primeiros artesãos surgiram no período neolítico (6.000 a.c) quando o homem aprendeu a polir a pedra, a fabricar a cerâmica e a tecer fibras animais e vegetais. No Brasil, o artesanato também surgiu neste período.

Podemos pensar nos índios como os nossos mais antigos artesãos, já que, quando os portugueses descobriram o Brasil, encontraram aqui a arte da pintura utilizando pigmentos naturais, a cestaria e a cerâmica - sem falar na arte plumária, isto é, cocares, tangas e outras peças de vestuário ou ornamentos feitos com plumas de aves.

O artesanato brasileiro é um dos mais ricos do mundo e garante o sustento de muitas famílias e comunidades. O artesanato faz parte do folclore e revela usos, costumes, tradições e características de cada região.

O artesão é aquele que, através da sua criatividade e habilidade, produz peças de barro, palha, tecido, couro, madeira, papel ou fibras naturais, matérias brutas ou recicladas, visando produzir peças utilitárias ou artísticas, com ou sem uma finalidade comercial. Ele trabalha sozinho ou com assistentes e tanto pode fazer peças únicas como trabalhos em série, contando ou não com a ajuda de ferramentas e mecanismos rudimentares ou semi-industriais."

Recordo-me de quando me apaixonei verdadeiramente por artesanato. Eu tinha mais ou menos vinte e três anos. Tive uma depressão muito forte; estava arrasada, desiludida, infeliz. Eu chegava meio dia do trabalho, caía numa rede e só levantava no dia seguinte para ir trabalhar. Passei mais de uma semana agindo dessa forma. Certa noite percebi minha mãe vindo no meu quarto no meio da escuridão...  ela me abraçou e disse:

__ Minha filha, eu não aguento mais ver você desse jeito.

Confesso que fico emocionada sempre que recordo esse momento da minha vida, pois essas doces palavras dela ainda soam nos meus ouvidos. E eu lhe respondi:

__ Mamãe, não se preocupe. Eu estou no fundo do poço, mas amanhã vou me levantar.

E assim aconteceu. Na manhã seguinte fomos ao centro da cidade, entramos numa loja de materiais para fazer bijuterias; compramos alguns materiais, como miçangas, alicates, entre outras coisas mais. Com uma breve orientação da vendedora aprendi a fazer peças lindas. E vendi muito! Hoje trabalho também com as técnicas de patchwork e fuxico; além disso, estou sempre buscando conhecer e aprender mais tudo que está relacionado a artesanato.

Minha mãe é minha melhor amiga. Sempre será!